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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Certinho demais também é errado

Meu filho de oito anos ainda não entende a razão de Marcos não ter batido o pênalti contra o Avaí. Na hora, confesso que quis vê-lo fazendo a cobrança. Depois, segui o discurso politicamente correto e expliquei ao garoto que o ídolo dele estava certo e havia demonstrado respeito ao adversário.
Nada como uma noite bem dormida... Acordei achando que o futebol, de tão “certinho”, está ficando cada vez mais chato. Será que ter pena do adversário não é um desrespeito ainda maior?
De vez em quando já surgem discussões sobre um drible mais ousado aqui e outro ali. Vamos debater também as pedaladas, os chutes no vácuo, o chapéu, o lençol, o drible da vaca, a chaleira. Driblar o goleiro e entrar com bola e tudo seria outra afronta! E o corta-luz, então? O Lincoln, do Palmeiras, também fez essa “barbaridade” contra o Avaí e merece ser punido.
Nós, jornalistas, “diferenciados” que somos, também contribuímos para essa chatice. Como o Marcos não cobrou o pênalti, ficamos perguntando o motivo de o ranzinza Felipão não ter autorizado um momento que poderia ser uma homenagem ao goleiro em fim de carreira. Se ele tivesse batido, perguntaríamos se não teria sido um menosprezo ao outro time. Somos “certinhos” demais.
Ainda que fosse pra fora ou que o novato goleiro do Avaí defendesse, seria um momento pra guardar na memória. E a segunda-feira seria um dia de gozação dos palmeirenses com os rivais ou dos rivais com os palmeirenses. Ou será que tirar sarro também não pode na “chatolândia” do futebol?

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