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terça-feira, 31 de maio de 2011

Bazar Fifa

Jornalistas enxeridos bombardearam o presidente da Fifa com perguntas incômodas a poucas horas de uma eleição importante em que ele vai concorrer com, com, com quem mesmo? Ah, com ninguém.
O suíço Joseph Blatter não foi convincente em nenhuma das respostas sobre as denúncias de corrupção na entidade. E os danados dos repórteres insistiam com voracidade de atacante fominha.
Os algozes da imprensa exigiam explicações sobre as acusações de compra de votos para a reeleição garantida desta quarta-feira. O dirigente máximo da bola não deu bola e disse que a entidade não passa por nenhuma crise.
Afirmou ainda que tudo será resolvido “dentro da nossa família”, uma versão chique do “roupa suja se lava em casa”. Blatter também não quis comentar a suspensão de adversários tão acusadores quanto zagueiro que dá carrinho dentro da área. O Comitê de Ética, muito familiar ao presidente, já mandou os agressores para o chuveiro.
E por fim a grande declaração, para acabar de uma vez por todas com as perguntas inconvenientes desses jornalistas urubus. “Vocês não estão em um bazar, vocês estão na Fifa, na frente de um comitê de pessoas de respeito!”. Ele tem razão. São “negócios” muito diferentes. A turma que vive da lojinha rala muito e não merece a ofensa da comparação. Talvez algum bazar venda cartola de papelão, mas não papelão de cartola.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Os ataques de técnicos atacados

Duas grandes discussões filosóficas e táticas dominam o futebol brasileiro no momento. Tal time deve jogar com dois ou três zagueiros? E aquele outro, entra com dois ou três atacantes? Há quem diga que os números não mentem jamais! Mas eles mentem, sim, principalmente no ataque.
Como a grande preocupação de hoje é a defesa, é fácil visualizar quando um time tem dois ou três chutadores pro mato em campo. Lá estão eles, cheios de disposição e fazendo rodízio de faltas pra diminuir a chance de cartão amarelo.
No ataque, tem time que entra com três, mas logo está com dois e às vezes acaba ficando somente com um lá na frente. Técnicos e jogadores costumam alegar que a equipe do atacante solitário sempre tem gente chegando de trás para ajudar.
A discussão esconde a ruindade que impera em campo. Quase não ouvimos mais falar que fulano é “grosso”. As expressões mais comuns para definir esse tipo de jogador são: “voluntarioso”, “esforçado”, “útil para o time”. A ruindade, em alguns casos, está virando sinônimo de eficiência. Alguns técnicos não gostam desse debate e ficam cheios de ataques... De nervos!

sábado, 28 de maio de 2011

Confronto mágico à vista

Um possível confronto entre duas estrelas do futebol mundial já pode ser projetado em uma ou talvez duas partidas neste ano. De um lado, Messi, o atual melhor do mundo. Do outro, Neymar, candidato a futuro melhor do mundo. Os santistas vão dizer que ele já é, mas ainda falta ao genial moleque a carreira internacional.
A primeira chance de encontro entre os dois poderá ocorrer na Copa América, que começa em 1º de julho, na Argentina. A segunda possibilidade seria o Mundial de Clubes, que volta a ser disputado no Japão neste ano.
Por enquanto, a vantagem é do argentino. O Barcelona, que acaba de conquistar a Champions League, já está garantido. E na Copa América, o time da casa também tem tudo para estar na final.
Para Neymar, ainda falta o título da Libertadores. E também uma atuação convincente da Seleção de Mano Menezes diante de rivais mais tradicionais.
Tudo caminha para que os dois craques se encontrem duas vezes neste ano. A não ser que aconteça alguma zebra. Japonesa, por exemplo.  O Japão estará no Mundial de Clubes por ser o país-sede. E, sim, também estará na Copa América. A geografia do futebol inventa dribles mais desconcertantes do que os de Messi e Neymar.

Bem-vindos ao Sabidão FC

Neste ano em que completo 25 anos de jornalismo, resolvi me dar a chance de um reinício para fazer o que gosto, sem deixar de fazer o que aprendi a gostar.
Explicando melhor, nunca tive dúvidas da profissão que iria escolher. Já havia tomado a decisão quando tinha de 11 para 12 anos. Numa gravação em fita K-7, “entrevistado” por meu pai, respondi com voz de taquara rachada que seria jornalista esportivo e que trabalharia no rádio, que ele mesmo havia me ensinado a ouvir e amar.
Dois anos depois, um teste vocacional feito na 8ª série confirmou que eu dificilmente saberia fazer outra coisa na vida. Pelo resultado, as áreas mais indicadas, pela ordem, foram: Comunicação, Ciências Sociais e Persuasão. Entendi o primeiro item, fiquei em dúvida quanto ao segundo e fiz cara de paisagem ao ouvir o terceiro pela primeira vez em 14 anos de existência.
Minha avaliadora explicou que, além do jornalismo, eu poderia me dedicar às áreas de sociologia e história. Depois, perdi a vergonha e perguntei o que era a tal palavra esquisita. Para não correr riscos, também quis saber como se pronunciava aquilo. Soube, então, que era a capacidade de convencer as pessoas. Continuei boiando até ela me apontar algumas profissões, como advogado, diplomata, político, professor, publicitário... Mas fiquei feliz mesmo quando minha interlocutora disse que jornalista também se encaixava nessa característica.
Entrei na Faculdade de Jornalismo com quase 18 anos e comecei a trabalhar na área aos 22. A primeira oportunidade, logo de cara, foi de fazer rádio e jornal no Diário de Mogi. Nada de editoria de esportes, mas topei. Passei pelo Diário de Suzano e voltei ao Diário de Mogi. Nada de esportes também. Fui para a Excelsior, que depois virou CBN. E nada de esportes. Depois para a Bandeirantes. Esportes? Nada.
Fui redator, repórter, editor, apresentador, chefe. E nada de esportes. Mas não tenho do que reclamar porque sempre gostei de tudo que fiz, mesmo não sendo nada de esportes. Não posso me considerar frustrado, muito pelo contrário. Cheguei a participar no apoio a algumas coberturas de finais de campeonatos na CBN, na Rádio Globo e na Bandeirantes.
Nos programas que apresentei ao longo desses 25 anos, sempre falei de esportes em meio aos outros temas. Minha assumida condição de palmeirense nunca atrapalhou a interação com ouvintes de todas as torcidas. Respeito e bom humor sempre fizeram parte dessa relação, dos dois lados.   
Mas agora, sem abandonar o caminho para o qual a carreira me levou e que aprendi a gostar, resolvi fazer um pouquinho do que sempre gostei. Vou falar de futebol e outros esportes neste espaço sem a pretensão de ser uma autoridade no assunto.
Não tenho adjetivos para definir o que vou fazer. Não prometo ser “diferente”. Não sei se isso no futuro vai me levar para um novo caminho profissional. Só quero comentar, informar, brincar e, principalmente, interagir. A avaliação desse trabalho, com ou sem rótulos, cabe a quem estiver aí, “do outro lado”.
E uma última explicação: o nome “Sabidão FC” é uma ironia comigo mesmo e com a crítica frequentemente ouvida de que comentaristas esportivos têm explicação para tudo só depois do que acontece. Quem já me acompanha vai entender que é uma espécie de autocrítica bem-humorada, mas sem perder a seriedade. Entendo que só existem duas formas de fazer rádio. Uma delas é respeitando a inteligência do ouvinte. A outra? Não preciso dizer. Vou manter esse objetivo aqui. Então, vamos nos falar neste espaço também.