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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Orquestra Palestra

Ninguém precisa comentar ou se apressar para desmentir porque esta não é uma informação. Ainda não consegui me transformar em mosca para ouvir conversas obscuras e nem em vidente para ler maus pensamentos. Também não é uma pura e simples cornetada que pode virar jura de amor depois de uma vitória. É só uma percepção e nada mais. Vendo o Palmeiras jogar contra o Atlético Goianiense neste domingo (e aqui o “jogar” é uma força de expressão), ficou claro para mim que está em andamento a “Operação Derruba Felipão”. É nítido, para quem quiser enxergar, que, ao contrário das passagens anteriores dele pelo Palmeiras e pela Seleção, desta vez não existe nenhuma “famiglia” formada. Está em curso a lei do menor esforço porque os participantes da orquestração sabem que, de um jeito ou de outro, o salário vai continuar pingando na conta pelo menos até o fim do ano. O ápice do descaramento coletivo foi a insistente troca de passes na defesa enquanto o técnico berrava e gesticulava para o time (e “time” aqui também é força de expressão) ir à frente, já que tinha dois jogadores (“jogadores", outra força de expressão) a mais. Isso ficou tão claro que até um comentarista esportivo de oito anos que tenho lá em casa percebeu e não entendeu. Fui um mau pai. Da próxima vez, vou tirar as crianças da sala!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

De volta ao rádio paulistano

Neste mês de setembro, inicio uma nova etapa profissional. Estou de volta ao rádio paulistano, com muita alegria e disposição para fazer o que mais gosto. Minha nova casa é a Estadão ESPN, onde já nos primeiros contatos encontrei um projeto estimulante e um ambiente que me é muito familiar, com a presença de bons companheiros de outras jornadas pelo rádio.
A partir do dia 05, estarei diariamente na apresentação do Estadão no Ar 2ª edição, das 13 às 14 horas, e do Estadão no Ar 3ª edição, das 18 às 20 horas, tentando fazer um jornalismo que respeita a inteligência do ouvinte.
Sou grato a todos vocês pelas manifestações que tenho lido e ouvido depois de ter deixado o Grupo Bandeirantes, uma boa casa na qual tive a oportunidade de trabalhar por 12 anos e fazer amigos, a exemplo do que havia ocorrido nos 7 anos de CBN/Globo, outra grande casa também.
Agora terei novamente a oportunidade de retribuir o apoio por meio do veículo que nos aproximou. Vamos nos falar pelo rádio. Espero poder reencontrá-los em FM 92,9 e AM 700.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O vira-casaca "do bem"

Nós, jornalistas, somos craques em contribuir para a proliferação de notícias pegajosas, capazes de gerar polêmicas (às vezes falsas polêmicas). Depois de lançada a “bomba”, vem a repercussão, a repercussão da repercussão, a repercussão da repercussão da repercussão...
Assim está sendo com a ficha do “palmeirense” Kleber como sócio da Gaviões da Fiel quando tinha 18 anos. E daí? É curioso e nada mais, mas vai render pelo menos até domingo, dia do clássico Palmeiras x Corinthians. Já dá pra imaginar os coros “espontâneos” que as torcidas organizadas devem estar preparando, cheias de palavras terminadas em “ão”, numa riqueza de rimas em profusão.
Enquanto isso, outro “vira-casaca” parece ainda não ganhar o devido destaque e a merecida repercussão. Estou entre os que torceram o nariz para a eleição de Romário como deputado federal no ano passado. Que atire a primeira pedra quem não pensou que ele só ganhou votos por causa da fama, que ficaria mais perdido do que atacante isolado no meio de três zagueiros brucutus e que seria “pau mandado” do dono da CBF.
Pois, até agora, ele não vestiu essa camisa de “peixe” do Ricardão. Sim, é lógico que o deputado Romário tem declarado apoio à Copa e à Olimpíada no Brasil. Apesar disso, ele não se coloca em impedimento para cobrar transparência na execução dos projetos e demonstrar preocupação com as pessoas que serão prejudicadas pelas obras. Ainda tem muito jogo pela frente e não dá pra saber se Romário será o melhor em campo na Câmara dos Deputados, onde há “reis do drible”. Mas já dá pra ensaiar um grito de guerra, digno da criatividade das organizadas: “Não é mole não, o Baixinho é um deputadão!”.

domingo, 31 de julho de 2011

Sábado à noite, ainda sem muitos embalos

O Canindé foi o palco de um jogo quente neste sábado: Palmeiras 3 x 2 Atlético-MG. A partida teve emoção até o final e um bom e barulhento público, de quase 10 mil pessoas. Mas isso ainda não é suficiente para dizer que o futebol no novo horário de sábado, às 9 da noite, já embalou.
Dos dez jogos realizados até agora no momento em que mulheres românticas devem estar “adorando”, somente o de ontem e mais dois tiveram em torno de 10 mil presentes: São Paulo 1 x 0 Figueirense e Atlético-PR 0 x 0 Avaí. Não dá para considerar os quase 18 mil torcedores de Vasco 1 x 1 Figueirense porque nesse jogo a torcida foi ver o Vasco que acabava se ser campeão da Copa do Brasil e não o Vasco do Campeonato Brasileiro. Foi também receber com festa o ídolo Juninho Pernambucano, que estava de volta, mas ainda não em campo.  
Depois, no ranking dos que não tinham coisa melhor para fazer num sábado à noite (né benhê?), aparecem os 7 mil que foram ver Figueirense 2 x 0 Atlético-GO.
Os outros cinco jogos (exatamente a metade) tiveram público parecido, em torno de 5 mil testemunhas. Foi assim com Santos 1 x 1 Internacional, América-MG 1 x 1 Cruzeiro, Cruzeiro 2 x 1 Coritiba, Santos 2 x 1 Atlético-MG e Flamengo 1 x 1 Ceará. Nem o time da maior torcida do Brasil conseguiu ver a casa cheia num sábado à noite.
Ainda é cedo para saber se o novo horário vai pegar. Mas já dá para ver que até entre os artistas do espetáculo tem gente que prefere outro tipo de embalo. Os flamenguistas Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho e o palmeirense Kleber não esconderam que forçaram o terceiro cartão amarelo nos jogos que antecederam os de sábado à noite. Havia coisa melhor a fazer, como, por exemplo, partir para o ataque.

domingo, 24 de julho de 2011

Justiças e injustiças com os pés

O futebol não é um esporte para se fazer justiça com os próprios pés, mas às vezes cria situações que parecem compensar injustiças. Em outras, decreta sentenças que contradizem tudo que foi visto em campo. Este fim de semana teve um pouco de tudo.
No sábado, o São Paulo bombardeou o Atlético-GO. Só que faltou a goleada e acabou em 2 a 2. O lado bom foi que o craque Rivaldo não se rendeu a dancinhas criadas “espontaneamente” e comemorou do jeito dele.
Mais tarde, mas ainda no sábado, o Flamengo ficou no 1 a 1 com o Ceará. Uma partida fácil, pelo menos na visão da dupla Thiago Neves/Ronaldinho Gaúcho. Eles forçaram o terceiro amarelo contra o Palmeiras porque era melhor pagar a suspensão na “moleza” que seria o joguinho contra o Ceará e enfrentar zerados adversários mais “difíceis”. Mesmo sem gols, os dois cumpriram direitinho o papel de João Bobo.
Já no domingo, três jogos que poderiam ter terminado em empate. O Corinthians perdeu a invencibilidade para o Cruzeiro, apesar das boas chances de gol que teve. O Atlético-MG foi derrotado pelo Vasco por 2 a 1, com um pênalti inventado para o adversário no final. E o Palmeiras tomou de 1 a 0 do Fluminense, jogo que de tão ruim merecia um placar com dois zeros. O Flu teve um gol anulado por impedimento que não existiu. Com certeza, teve palmeirense achando que foi uma “compensação” pelo gol anulado do Obina contra o mesmo adversário, em 2009.
Mas a grande “justiça” veio da Copa América: 3 a 0 para o Uruguai contra o Paraguai. Um time que chegou à final com cinco empates não podia ser campeão. Não deveria nem ser vice. Foi um Paraguai sem peito durante todo o torneio. A não ser, justiça seja feita, pelas torcedoras “espontâneas” nas arquibancadas. Elas deixaram todos com cara de João Bobo.

domingo, 17 de julho de 2011

Não ganhamos nem no peito

A Copa América acabou para a Seleção. Apesar do resultado negativo, a competição foi boa para nos trazer algumas certezas.
Uma delas é que ninguém é bobo, a não ser aquele que se julga superior aos demais. O talento brasileiro existe, mas já não faz tanta diferença num futebol tão globalizado e banalizado. Todo mundo se conhece.
Também já deu para perceber que Mano Menezes ainda não encontrou o time ideal e pelo jeito vai continuar a fazer muitos testes, inclusive com a paciência do torcedor.
Outra certeza é que o time brasileiro fica a maior parte do tempo com a bola, cria e perde muitas chances de gol, mas não tem muita objetividade para atacar.
Descobrimos também, sem nenhuma dúvida, a principal jogada ensaiada desta Seleção. É a triangulação “criamos mais chances do que eles”, “o campo era muito ruim” e “decisão por pênaltis é loteria”.
Mais uma constatação incontestável: não vamos ver agora o esperado confronto entre Messi e Neymar. Talvez fique para o Mundial de Clubes, no fim do ano, se o penteado do brasileiro ainda estiver no Santos.
E assim os grandes craques poderão voltar para casa na Itália, na Espanha, na Inglaterra, na Ucrânia, em Portugal e na Turquia. Ah, no Brasil também.
Enfim, pelo menos até agora, foi uma Copa América com mais gente de peito nas arquibancadas do que dentro de campo. Com certeza, ainda que siliconados!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A hora do sabão


O Palmeiras vai ter alguns treinos fechados até o jogo contra o Flamengo, que foi adiado para a próxima quarta-feira. Os resultados de tanto mistério poderão ser conferidos em breve. Não necessariamente com táticas inovadoras, jogadas ensaiadas, variações para surpreender o adversário ou novidades na escalação.
Os treinos fechados serão decisivos para uma atividade muito mais importante, chamada nos meios futebolísticos de “lavagem de roupa suja”. O procedimento é muito bom para limpar, torcer, enxaguar e centrifugar certas crises. O técnico Felipão já demonstrou em outras situações esse talento de “lava roupa todo dia, que agonia”. Cabe a ele, de novo, comandar a operação depois do amontoado de roupa suja do caso Kleber.
Falando em comandar, talvez seja o caso de aproveitar a lavanderia para uma reflexão enquanto a roupa seca no varal. Depois de todo o rolo, com o jogador e a diretoria do clube competindo para ver quem se sujava mais com molho de macarrão, ainda há clima para Kleber seguir defendendo o time? E se continuar, ele estaria apto a ser mantido como capitão?
Marcos Assunção, que é o “segundo capitão”, já deu a entender que não. Ele disse que os problemas devem ser resolvidos internamente, cara a cara. E ainda soltou um “homem é assim”.
Melhor seria se a braçadeira voltasse para Marcos, uma solução menos sujeita a contestações. Afinal, capitão não é só aquele que escolhe um dos lados da moedinha antes do jogo começar.
Os treinos fechados do Palmeiras vão mostrar se os jogadores estarão fechados mesmo em torno de algum objetivo. É bom reforçar o estoque de sabão em pó.

terça-feira, 12 de julho de 2011

"Gladiador 2", queimando o filme

Está em cartaz no Cine Palmeiras o filme “Gladiador 2”. A história tem início no reinado de Gonzagus Belluzzus. O grande imperador traz o general-atacante Kleberus Gladiador para ser o comandante das batalhas contra impiedosos adversários.
Ele é recebido com uma grande festa e chega num belo cavalo verde de quatro rodas. Mas o reinado de Gonzagus Belluzzus termina e Arnaldus Tironius assume o trono.
Com o passar do tempo, Kleberus Gladiador descobre que Magus Valdivius e Cabeludus Lincolnus ganham mais do que ele e sente-se traído. O combinado era que o general só teria lucros inferiores aos do guardião Marcus, um santo do reino. Na mesma época, o Império Flamengus tenta seduzi-lo com propostas tentadoras.
Começa então uma terrível batalha. De um lado, Kleberus Gladiador diz que quer ficar, mas pede para ser valorizado. De outro, Arnaldus Tironius e seu vice-rei Robertus Frizzus alternam caras de sim e de não.
Para piorar a situação, Kleberus Gladiador descobre que além da dor no bolso tem também uma dor na coxa. É o sinal de mais uma disputa, desta vez entre o general-atacante e o Departamentus Medicus do reino.
O final da história é imprevisível, mas quem assiste fica com cara de tontus e com a sensação de que todos estão mentindus. Ave!

sábado, 9 de julho de 2011

Seleção Medonha

Da crônica esportiva ao torcedor mais desinteressado, todos sempre pregaram que o futebol brasileiro impõe respeito e desperta medo nos adversários. Era só aparecer algum time mais ousado que logo algum comentarista dizia que não se podia jogar daquele jeito contra a Seleção. E quando a Canarinho reagia era a satisfação geral da turma do “eu não disse?”, como se a outra equipe estivesse pagando o preço pela “afronta”.
Já faz tempo que o tempo se encarregou de desmentir isso e teve gente que demorou pra perceber e que até insiste na ladainha. Não é um empatezinho no final e nem uma reviravolta com o título da Copa América que vão tirar nosso futebol da nova realidade. Os adversários perderam o medo do Brasil. E que bom que isso aconteceu!
O Paraguai não tem medo do Brasil e merecia a vitória neste sábado. A Argentina não tem medo, o Uruguai também não, nem o Chile... Ninguém precisa ter medo do Brasil mais. Nem a Venezuela! O futebol se globalizou e se banalizou.
Então, o Brasil, sim, é que precisa ter medo do Brasil. Medo do Brasil que se julga superior e que vai resolver o jogo quando quiser. Ainda bem que a TV, pelo menos, mostrou imagens da Larissa Riquelme no estádio. Placar “moral”: 3 a 2 para o Paraguai!

domingo, 3 de julho de 2011

Seleção Beleza

Finalmente tivemos a chance de ver uma apresentação digna do futebol brasileiro. Nossa Seleção demonstrou atitude e teve rapidez no raciocínio e nas ações. O time foi muito ofensivo, principalmente no segundo tempo.
Foi uma atuação envolvente, que engoliu o adversário em todos os setores do gramado. As trocas de passes foram perfeitas, demonstrando segurança e autoridade.
A ligação entre o meio e o ataque foi eficiente e resultou em vários lances de perigo. Os dribles eram sempre objetivos e em direção ao gol, sem exageros ou firulas.
Praticamente não corremos riscos em nenhum momento. A defesa, quando exigida, também demonstrou precisão e não se intimidou, atuando com muita seriedade.
Parecia jogo de Copa do Mundo. E não é que era mesmo? Brasil 3 x 0 Noruega. Classificação garantida para a próxima fase da Copa do Mundo de Futebol Feminino, na Alemanha.
Parece que houve outra partidinha neste domingo. Ah, sim, foi a do nosso time masculino, que não saiu do zero a zero contra a Venezuela pela Copa América. O que mais chamou a atenção no jogo foram os penteados de Neymar, Robinho e Daniel Alves. Homem se preocupa com cada coisa...

terça-feira, 28 de junho de 2011

O estádio, ainda sem massa

O debate sobre a concessão de incentivos fiscais para a construção do estádio do Corinthians em Itaquera tem levado muitos jornalistas à Câmara Municipal de São Paulo nos últimos dias. Só que apesar da polêmica que envolve o tema, a massa ainda não apareceu.
Na última sexta-feira, dia da primeira audiência pública para discutir a proposta do prefeito Gilberto Kassab, as galerias reservadas para torcedores organizados ficaram vazias.
Nesta terça-feira, houve um novo embate na Comissão de Constituição e Justiça, mas é um tipo de discussão que não mexe com a massa. A sessão foi suspensa duas vezes e encerrada após a elevação no tom de voz de vereadores contrários e favoráveis aos incentivos de até 420 milhões de reais.
A decisão foi adiada de novo por causa de um pedido de vista do vereador Adilson Amadeu, do PTB, que é contra a concessão. Ele mesmo já admite que o texto será aprovado com 45 a 49 votos quando for ao plenário.
O vereador Aurélio Miguel, do PR, já pensa em ir à Justiça após a anunciada goleada. Ele considera o projeto ilegal, alegando tratar-se de benefício a um clube e a uma empresa privada.
O vereador José Américo, do PT, é o relator e pensa diferente. Ele vai votar pela legalidade e diz que a iniciativa vai atrair investimentos e gerar empregos na zona leste.
A primeira das duas votações em plenário pode acontecer nesta quarta ou na quinta-feira. Talvez aí apareçam integrantes da massa. A pressão com respeito e transparência é legitima, ainda que seja feita por torcedores profissionais. O presidente do Corinthians já pôs a mão na massa e parece resumir a complexa discussão a “querer ou não querer” a abertura da Copa aqui e a “gostar ou não gostar” de São Paulo. Não dá pra negar que Andrés Sanchez é competente nisso e sabe jogar para a torcida. É massa!

domingo, 26 de junho de 2011

Definitivo, pelo menos por enquanto

A semana futebolística termina recheada de constatações muito duradouras, de 90 minutos e mais alguns de acréscimo. Todos nós já ouvimos, dissemos ou simplesmente repetimos frases “definitivas”.
Muricy é bom em campeonatos por pontos corridos, mas ruim de mata-mata. Ele acaba de eliminar essa marca à frente do Santos, pelo menos até o próximo mata-mata.
Carpegiani passou de quase demitido a arrumador do invencível São Paulo. Perdeu a primeira de goleada para o Corinthians e continua no cargo, pelo menos até sabe Deus quando.
Tite já foi chamado de “empatite” e teve o nome pichado com palavrões nos muros do Corinthians. Goleou o São Paulo e caiu nas graças da torcida, que será fiel a ele pelo menos até o próximo tropeço.
O contestado Luan foi mantido como titular e virou artilheiro do Brasileirão. O Palmeiras perdeu o primeiro jogo para o Ceará, mas o “Meteoro do Felipão”, suspenso pelo terceiro amarelo, continua invicto, pelo menos até...
Falando em São Paulo e Palmeiras, a maior alegria do ano, pelo menos por enquanto, foi o Tolima eliminar o Corinthians da Libertadores. Ah, os são-paulinos também puderam comemorar o centésimo gol de Rogério Ceni, mas, pelo menos por enquanto, ele está chateado com os cinco que levou neste domingo.
Vamos relaxar, gente! O futebol não teria graça sem o por enquanto.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O ovo, a galinha e o estádio

O Corinthians já saiu na frente na disputa por incentivos fiscais para a construção do estádio de Itaquera. Foi num embate de quatro horas, durante a primeira audiência pública realizada pela Câmara Municipal de São Paulo para discutir o projeto do prefeito Gilberto Kassab.
Dos nove vereadores presentes, sete declararam apoio à proposta e dois anunciaram que vão votar contra. Se for mantida essa proporção quando o tema for ao plenário, o projeto terá a aprovação de mais de 40 parlamentares dos 55 que compõem o Legislativo. Até mesmo os vereadores que condenam a iniciativa da Prefeitura já admitem a goleada.
Nesta sexta-feira, o plenário ficou cheio de moradores e representantes de entidades da zona leste, entre eles crianças e adolescentes atendidos pela Obra Social Dom Bosco, do padre Rosalvino Viñayo. Ele disse que gostaria que os vereadores contrários à proposta fossem à região para explicar a posição cara a cara à população.
O debate entre 28 cidadãos que foram ao microfone, os vereadores e o secretário de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Marcos Cintra, embolou quando a discussão entrou por assuntos como saúde, educação e sistema viário da zona leste.
De um lado, ficaram os que defendem tais investimentos antes do estádio. Do outro, os que julgam que o estádio vai ajudar a alavancar esses investimentos. Nesse ponto deu empate: ninguém convenceu ninguém no jogo para saber se primeiro vem o ovo ou a galinha, mas todos concordaram que ambos são importantes. Seja como for, o tempo para chocar é curto. Para tentar fazer a Fifa aprovar a abertura da Copa em São Paulo, o projeto com incentivos fiscais de até 420 milhões de reais para a construção do estádio precisa sair da casca em menos de vinte dias.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Incentivos não faltam

O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, saiu otimista da visita que fez nesta terça-feira à Câmara Municipal de São Paulo. Ele acredita ter convencido a maioria dos vereadores a votar a favor do projeto de lei do prefeito Gilberto Kassab que concede incentivos fiscais com o abatimento de até R$ 420 milhões para a construção do estádio de Itaquera.
Nos corredores e gabinetes da Câmara, vereadores de diferentes partidos e de variadas cores futebolísticas demonstram a intenção de aprovar a proposta, alegando que isso pode garantir a realização do jogo e da festa de abertura da Copa de 2014 em São Paulo.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcos Cintra, participou do trabalho de convencimento. Segundo ele, o Corinthians não receberá privilégios e os benefícios fiscais só poderão ser usados se a abertura da Copa ocorrer em São Paulo. Nos cálculos de Cintra, a concessão de agora seria compensada com a projeção de que o empreendimento possa gerar R$ 1 bilhão para os cofres públicos em 15 anos.
O vereador Marco Aurélio Cunha, que é conselheiro do São Paulo, não se convenceu. O parlamentar perguntou a Andrés Sanchez se ele dava garantias de que o primeiro jogo da Copa seria mesmo na capital paulista. O dirigente corintiano disse não ter o poder que Cunha atribuía a ele, mas afirmou que, com os incentivos fiscais, a Copa deve começar em Itaquera.
O diálogo foi respeitoso dos dois lados, considerando os últimos embates entre dirigentes dos dois clubes. Cunha saiu do encontro dizendo que votará contra o projeto, mas admitiu que a proposta será aprovada com facilidade.
Domingo tem mais, só que em outro campo. Corinthians e São Paulo se enfrentam no Pacaembu, pelo Brasileirão. Os incentivos? O do São Paulo é manter a liderança e a invencibilidade. O do Corinthians é encostar no líder. Ninguém quer ficar com o abatimento da derrota.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Certinho demais também é errado

Meu filho de oito anos ainda não entende a razão de Marcos não ter batido o pênalti contra o Avaí. Na hora, confesso que quis vê-lo fazendo a cobrança. Depois, segui o discurso politicamente correto e expliquei ao garoto que o ídolo dele estava certo e havia demonstrado respeito ao adversário.
Nada como uma noite bem dormida... Acordei achando que o futebol, de tão “certinho”, está ficando cada vez mais chato. Será que ter pena do adversário não é um desrespeito ainda maior?
De vez em quando já surgem discussões sobre um drible mais ousado aqui e outro ali. Vamos debater também as pedaladas, os chutes no vácuo, o chapéu, o lençol, o drible da vaca, a chaleira. Driblar o goleiro e entrar com bola e tudo seria outra afronta! E o corta-luz, então? O Lincoln, do Palmeiras, também fez essa “barbaridade” contra o Avaí e merece ser punido.
Nós, jornalistas, “diferenciados” que somos, também contribuímos para essa chatice. Como o Marcos não cobrou o pênalti, ficamos perguntando o motivo de o ranzinza Felipão não ter autorizado um momento que poderia ser uma homenagem ao goleiro em fim de carreira. Se ele tivesse batido, perguntaríamos se não teria sido um menosprezo ao outro time. Somos “certinhos” demais.
Ainda que fosse pra fora ou que o novato goleiro do Avaí defendesse, seria um momento pra guardar na memória. E a segunda-feira seria um dia de gozação dos palmeirenses com os rivais ou dos rivais com os palmeirenses. Ou será que tirar sarro também não pode na “chatolândia” do futebol?

domingo, 19 de junho de 2011

Verdades absolutamente passageiras

O lado mais interessante do futebol se repetiu pela “nãoseiquantésima” vez nesta última rodada do Brasileirão. Não estou falando de gols, dribles, defesas, arbitragens ou festa nas arquibancadas. O que aconteceu foi o que o mundo da bola tem de melhor: as verdades absolutas passageiras. Elas sempre desmentem “todos”, já que “todos” entendem de futebol.
No dia 12 de maio, pela Copa do Brasil, o Avaí enfiava 3 a 1 no São Paulo e chegava às semifinais, eliminando o time paulista. O Avaí era tido como um time ousado. O São Paulo, estabanado, teria o técnico Carpegiani “demitido” horas depois.
Neste domingo, o São Paulo do Professor Pardal “readmitido” conquistou a quinta vitória em cinco jogos e o Avaí, parecendo nome de seriado de TV, tomou de 5 a 0 do Palmeiras, a quarta derrota em cinco partidas.
As verdades absolutas de torcedores e comentaristas viraram pó em cinco semanas. E isso é ótimo. E nada garante, exatamente agora, que no início de dezembro o São Paulo estará comemorando o título e o Avaí pegando o caminho de volta para a segundona. A previsão mais certeira é que não dá pra fazer previsão nenhuma.
Para quem ainda precisa de mais provas, a torcida do Palmeiras aplaudiu e gritou o nome de Luan neste domingo. Ele fez dois gols e tomou o terceiro amarelo. Não joga contra o Ceará. Na semana passada, daria para dizer que essa ausência seria um reforço. Hoje: “Que pena!”. O Palmeiras terá que aguentar um jogo sem o “Meteoro do Felipão”.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Falcão e as águias

A imprensa tem profissionais que plantam notícias, não são sérios, são interesseiros e demonstram desconhecimento e mau-caratismo. As declarações do agora técnico e ex-comentarista esportivo Falcão chamam a atenção mais por “quem falou” do que pelo conteúdo.
É claro que tem gente desse tipo no jornalismo, no futebol, na advocacia, na medicina, na polícia, na política... Enfim, há pessoas assim num lugar chamado “mundo”, seja da bola ou não.
Falcão sempre foi conhecido pelo futebol e pelos gestos elegantes e aparentava ser um cara diferente mesmo. Foi assim como jogador, técnico da Seleção e comentarista, mas acaba de perder a paciência com a pressão por bons resultados.´
O ídolo do Internacional não citou nomes e, ao que parece, ninguém insistiu muito pra saber a “escalação” desse time de águias da crônica esportiva à procura de técnicos indefesos.
Ele também disse que é fácil ser “comentarista de resultado” e que qualquer um fala de futebol, mas poucos entendem do assunto. Talvez tenha gente perguntando a razão de Falcão não ter declarado tudo isso antes de voltar a ser técnico.
Como “sabidão” que sou, digo que já começou a acontecer o que “eu havia previsto”. Quem tem um time de coração e se identifica de corpo e alma com a camisa não deveria ser o técnico do objeto da paixão. Pode dar certo por um tempo, mas o risco de manchar a boa imagem é meio gol. É só esperar, como “comentarista de resultado”.

domingo, 12 de junho de 2011

Feijoada ou petit gateau?

Preferências gastronômicas e futebolísticas têm um ponto em comum: cada um tem a sua. Dizem que gosto não se discute, mas tem time por ai cozinhando demais e dando desgosto à torcida, como se cada jogo precisasse ser um sofrimento, ainda que o resultado final seja a vitória ou um empate conquistado com muito esforço.
Neste início de Brasileirão, já dá pra ver duas diferentes receitas preparadas por “chefs de banco”. Uma delas põe no prato o meio-campo e o ataque com o estilo “feijoada” de jogar. Pode até ter ingredientes saborosos, mas com o passar do tempo e a bola rolando o time vai ficando lento e pesado.
O discurso de quem adota essa estratégia é sempre o mesmo. Técnico e jogadores afirmam que só precisam “de uma bola” ou “da bola do jogo”. O lance, quando acontece, vem de uma jogada individual ou de uma bola parada.
É geralmente um time esforçado e aguerrido, mas as alegrias que dá são em troca de azia, mal-estar, gastrite e às vezes uma descontrolada dor de barriga.
O outro estilo é envolvente e dá gosto de ver. Parece um petit gateau: é tão delicioso que chega uma hora em que você não sabe se é bolo com sorvete ou sorvete com bolo. O meio-campo e o ataque viram uma coisa só, devastadora.
O time petit gateau dá água na boca e também pode gerar desconfortos estomacais... Nos adversários.
As duas receitas se misturam na parte de cima da classificação e ainda não dá pra saber quem vai saciar a fome de título da torcida. Com raras exceções, nossos times estão mais para feijoada do que para petit gateau. Mão no estômago pra cantar o hino!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Jogo dos sete erros

Circula pela imprensa esportiva uma notícia velha, muito antiga, superada, mofada, mas com cara de “nova”.  Adriano vai para noitadas durante o período de recuperação de uma lesão. A única novidade é que o time atazanado por isso agora é o Corinthians.
É uma historinha cheia de erros. O primeiro é que, teoricamente, o rapaz deveria se cuidar mais e evitar uma exposição desnecessária.
O segundo é que, teoricamente, ninguém tem nada a ver com a vida dele. Se estiver cumprindo os horários e os exercícios, nada a contestar.
O terceiro é que, teoricamente, o jogador saiu para as baladas em horário de folga, o que não significa que possa ser folgado.
O quarto é que, teoricamente, como ele mesmo disse, por se tratar de Adriano, a repercussão é muito grande.
O quinto é que, teoricamente, se ele não quer ser tratado como Adriano que deixe de ser Adriano e talvez fique incomodado com a falta de assédio.
O sexto é que, teoricamente, os médicos do Corinthians não deveriam ficar tão irritados com os questionamentos dos jornalistas, a não ser que haja algo a esconder.
O sétimo é que, teoricamente, a imprensa não precisa exagerar e por isso vou parar de falar no assunto. Daria para listar outros equívocos, mas na prática é possível resumir todos num só: a falta de bom senso impera.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Bom para os outros

Torcedores de Cruzeiro, Flamengo, Internacional, Santos e São Paulo podem dizer com a boca cheia que seus times nunca disputaram a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Então, todos os outros 15 clubes da atual primeira divisão precisam ficar envergonhados? Nem tanto.
É lógico que ninguém gosta de ver o time do coração na Série B. Os rivais vão ficar de gozação o tempo todo e o coitado terá que aguentar piadinhas “inéditas”, que só mudam de alvo a cada ano.
Ainda tem muita coisa errada no futebol brasileiro, mas, depois de vergonhosas viradas de mesa até o início da década passada, a situação começou a mudar em 2002, quando Palmeiras e Botafogo foram rebaixados. Voltaram no ano seguinte como campeão e vice. Depois disso, o$ cartola$, que enxergam longe quando há dinheiro na jogada, perceberam que a segundona pode até ser lucrativa.
O efeito psicológico de “renascer das cinzas” também deve ser levado em conta. A torcida se une e fica mais aguerrida pra empurrar o time ladeira acima. O Corinthians (ainda sem Libertadores por causa do danado do Tolima), o Atlético Mineiro e o Grêmio também são bons exemplos de que a segunda divisão é ruim, mas não mata e até engorda.
E ontem a Copa do Brasil foi decidida pelos dois últimos campeões da segundona: Coritiba e Vasco. Imagino que todo esse papo furado não tenha sido suficiente pra fazer você achar que vai ser tudo de bom se o seu time cair. Claro que não, porque a segundona só é boa para os outros.
E olha que tem time que ainda não aprendeu. Alguém aí topa um bicampeonato?

terça-feira, 7 de junho de 2011

O perigo vem do banco

Quem é mais perigoso, um técnico que coleciona maus resultados ou um cartola que coleciona denúncias de negócios no mínimo nebulosos?
Claro que é o técnico! Esse sujeito tem mais é que ser xingado de burro, levar vaias e ouvir insultos de torcedores que não enxergam um só lance do jogo e ficam atrás do banco de reservas só pra atazanar a vida do idiota.
Técnico tem que ser ridicularizado, perseguido. Merece que descubram o telefone da casa dele e que liguem para assustar a mulher e os filhos com ameaças.
Bem feito também se não puder ter vida social, ir ao cinema, circular pelo shopping. E que se cuide para não ter o ônibus da delegação apedrejado a caminho do estádio. Se for atingido, problema dele!
Nome de técnico perdedor não vale nada e precisa aparecer em letras garrafais em pichações com palavrões nos muros do clube e do centro de treinamento. Fora! Fora, fora do banco já!
É bem provável que, dependendo dos resultados, o “clamor da torcida” já derrube algum técnico do Campeonato Brasileiro neste fim de semana ou no próximo.
E o dirigente envolvido em negociatas, o que merece do torcedor “profissional”? Nada, nenhuma manifestação de repúdio. Precisa continuar do jeito que está, intacto, sem ser incomodado. Esse está tranqüilo no banco de reservas financeiras, administrando os fundos, enquanto o técnico está com os fundilhos à mostra. Tem torcedor protestando em abundância errada!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Uma dúvida, com certeza

Na quarta-feira, haverá uma espécie de tira-teima entre pragmáticos e supersticiosos do futebol. A “prova” será tirada no terceiro confronto em oito dias entre Coritiba e Vasco.
No dia 1º de junho, na primeira partida das finais da Copa do Brasil, 1 a 0 para o Vasco, em casa. Ontem, numa coincidência dos deuses da tabela do Brasileirão, 5 a 1 para o Coritiba, em casa também, com reservas dos dois lados.
E quarta agora os dois voltam a se encontrar em Curitiba para definir quem será o campeão da Copa do Brasil, garantindo vaga para a Libertadores do ano que vem.
O pragmatismo faz supor que cada jogo é um jogo e que os 5 a 1 de ontem nada têm a ver com a decisão em que o Vasco poderá jogar por um empate para conquistar o título. O Coritiba precisa vencer por dois gols de diferença, ou seja, “apenas” a metade do saldo de domingo.
Para os mais cismados, que escarafuncham razões que a razão desconhece, aparecerá a lembrança do que aconteceu com o Coxa depois dos 6 a 0 sobre o Palmeiras, também pela Copa do Brasil. Foram dois jogos em jejum, sem nenhum gol.
O bom dessa “séria discussão” é que ela vai terminar na quarta, perto da meia-noite, quando um dos dois vai virar abóbora. Mas o melhor de tudo é que o futebol, sem essas abobrinhas, perde a graça. Vale tudo para explicar o inexplicável.

domingo, 5 de junho de 2011

Goleadas sem gols

Bastidores existem em qualquer profissão, em algumas com mais glamour e maior curiosidade do público. Tenho acompanhado os da construção de um prédio, ao lado do meu.
Na segunda e na quinta, ouço logo cedo as gozações entre os operários por causa dos jogos da véspera. Na manhã seguinte de Coritiba 6 x 0 Palmeiras, cheguei “vacinado” ao trabalho. Aquilo já não era mais novidade.
Bastidores são rentáveis. Tem gente que vive disso, até legitimamente. Artistas, jogadores de futebol e celebridades permanentes e passageiras são fornecedores da indústria que alimenta a necessidade humana básica de saber o que acontece com os outros.
E há casos em que “aquilo que ninguém vê” atrai tanto destaque que se torna mais importante do que o próprio “negócio”. Para ficar em apenas um exemplo, tem sido assim ultimamente no Palmeiras. Mais do que os resultados dos jogos, aparecem declarações polêmicas, dirigentes falando bobagens, dirigentes explicando o que quiseram dizer com as bobagens, negócios suspeitos, técnico bravo com e sem razão, briguinhas internas... Isso sem contar o que realmente fica na sombra e não vaza.
Os bastidores também ganham força no Corinthians, no São Paulo e mesmo no fantástico Santos, que passou por um burburinho na fase em que estava em baixa no Paulistão. Mas no quesito bastidores, o Palmeiras ainda parece estar ganhando de goleada. Em campo, vitórias magras como o 1 a 0 de ontem sobre o Atlético Paranaense. Tudo bem, vitória magra também vale três pontos. Mas goleadas de más notícias nos bastidores abrem feridas que precisam de muitos pontos para cicatrizar, por mais que pequenos sucessos enganem o paciente.

sábado, 4 de junho de 2011

Protagonistas em falta

A recepção à Seleção Brasileira em Goiânia foi digna de um time de estrelas. A despedida com o jogo quase terminando foi do tamanho de um buracaaaaço na imensidão do universo que separou o meio-campo do ataque. Os gritos de “timinho” podem não ter contagiado toda a torcida, mas ecoaram pelo Serra Dourada.
No discurso positivo ao chegar à Seleção, Mano Menezes disse que o Brasil precisa voltar a ser “protagonista”. Ele está certo, mas falta transformar a intenção das palavras em atitude prática.
O “planeta bola” pede um time com três atacantes. E lá estavam eles. Mas sem algum protagonista de qualidade pra armar as jogadas os asteróides da frente ficam perdidos. Neymar ainda foi rápido como um meteoro, mas foi só.
O Brasil foi protagonista nas faltas. Fez mais do que os adversários holandeses. Foi também protagonista na simulação de faltas sofridas pra enganar o árbitro, com nossos artistas fazendo caras e bocas de muita dor. Foi protagonista no nervosismo dos cartões e chegou ao estrelato ao ter o habilidoso, mas descontrolado Ramires expulso de campo.
Para terça-feira, já temos pelo menos um alento. Teremos Ronaldo Fenômeno como protagonista em sua despedida de uma carreira vitoriosa na Seleção.
Mas o sábado ainda não está totalmente perdido. Vamos ver Palmeiras x Atlético Paranaense e esperar por Marcos Assunção e Paulo Baier, dois protagonistas da bola parada.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Brazilian Team? Squadra Brasiliana? Selección Brasileña?

As cenas de fãs histéricas, longas filas em busca de ingressos e agitação da torcida com a presença da Seleção Brasileira em Goiânia parecem estranhas nos dias de hoje.
Viajei no pensamento para 1974, tempo difícil na política nacional. Entre os garotos da minha classe, todos com dez anos, havia uma disputa a cada convocação. Queríamos saber quantos eram do Palmeiras, do Corinthians, do São Paulo e do Santos para ver quem estava em vantagem para poder gozar os demais.
Nossos craques jogavam e desfilavam por aqui mesmo e pareciam estar mais próximos da realidade do país. Hoje estão distantes e voltam como “turistas” ou quando a carreira lá fora desanda. Ou então adiam a saída por causa da Copa na terrinha.
Não vou entrar numa discussão social, econômica e até da politicagem do futebol globalizado. Com boas propostas do exterior, o negócio é ir embora mesmo.
A quase ausência do time amarelo aqui desperta reações como as de Goiânia. O torcedor está acostumado a ver o Brazilian Team, a Squadra Brasiliana ou a Selección Brasileña, mas a Seleção Brasileira é praticamente uma novidade.
Tem gente que diz que a CBF tem “um braço” que opera como uma espécie de “agência de turismo”. Então, será que não daria pra arrumar umas viagens pra cá com mais frequência?
Tive mais uma prova desse distanciamento ao ver o espanto do meu filho, de oito anos, ao acompanhar uma reportagem em que o time pátrio foi chamado por um estranho apelido. “Pai, o que é Seleção Canarinho?”. É aquela, do Brazil!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O dono da bola

A quarta-feira foi marcada por mais um show de um craque da bola. Ele esbanjou categoria e mostrou que está muito acima dos outros, pobres mortais.
Nosso herói é ousado, atrevido, não tem medo de cara feia e marcação cerrada. Vai pra cima com tudo, dribla, avança, inferniza os adversários.
É um sujeito endiabrado e ao mesmo tempo iluminado, com um destino marcado para ter grandes conquistas. Nada o assusta e ele não desiste nunca.
Fazem de tudo para derrubá-lo e ele segue imponente. Às vezes cai, mas logo se levanta para aprontar mais uma travessura.
Ele é perseguido, caçado, insultado, mas não se abala e logo responde com mais uma jogada desconcertante. E outra, e mais outra, e outra ainda... Parece interminável e inatingível.
É irreverente, irônico, sarcástico, até gozador. É praticamente impossível detê-lo. Muitos tentaram e ficaram com o bumbum no chão. Outros foram punidos e tiveram que ir mais cedo para o chuveiro.
Ninguém pode com esse cara. Falam mal, vasculham a vida pessoal dele e nada acontece. Joga como gente grande e aplica uma goleada atrás da outra.
Ontem foi mais uma de muitas. Perto dos dribles mirabolantes dele Neymar é um bebê de chupeta e Messi é um niño com pirulito na boca. Ninguém pode com esse Joseph Blatter. Que cracaço... Esse aí nunca se encafifa com nada!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Teu passado te absolve

O Corinthians é “de tradições e glórias mil” e o “passado é uma bandeira”.
No São Paulo, “as tuas glórias vêm do passado”. O Botafogo é “campeão desde 1910”. O Fluminense é “retumbante de glórias e vitórias mil”.
O hino do Grêmio canta “os feitos da tua história”. No rival Internacional, o passado é “motivo de festas em nossos corações”. No do Cruzeiro, aparecem “páginas heróicas e imortais”.
Sem ficar em cima do muro, todos os hinos são bonitos e devem mesmo valorizar o passado. Alguns fazem isso implicitamente, sem referências diretas na letra.
Mas agora, com um presente cambaleante, muitos clubes estão enxergando no passado uma esperança para o futuro. E, mais do que isso, a chance de bons negócios.
Estão aí as novas camisas, que precisam vir com bula para disfarçar os efeitos colaterais de hoje e explicar a eficácia do passado às novas gerações, que às vezes pensam que o mundo não existia antes delas. O grená do Corinthians é uma homenagem ao fantástico Torino, que perdeu o time num acidente aéreo em 1949.
O “novo” P do Palmeiras reverencia os “heróis de 1951”, que o clube considera como o primeiro título mundial da história.
O passado tem que ser evocado mesmo, mas não precisava ser apenas uma estratégia de marketing contra o “teu presente te condena”.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Bazar Fifa

Jornalistas enxeridos bombardearam o presidente da Fifa com perguntas incômodas a poucas horas de uma eleição importante em que ele vai concorrer com, com, com quem mesmo? Ah, com ninguém.
O suíço Joseph Blatter não foi convincente em nenhuma das respostas sobre as denúncias de corrupção na entidade. E os danados dos repórteres insistiam com voracidade de atacante fominha.
Os algozes da imprensa exigiam explicações sobre as acusações de compra de votos para a reeleição garantida desta quarta-feira. O dirigente máximo da bola não deu bola e disse que a entidade não passa por nenhuma crise.
Afirmou ainda que tudo será resolvido “dentro da nossa família”, uma versão chique do “roupa suja se lava em casa”. Blatter também não quis comentar a suspensão de adversários tão acusadores quanto zagueiro que dá carrinho dentro da área. O Comitê de Ética, muito familiar ao presidente, já mandou os agressores para o chuveiro.
E por fim a grande declaração, para acabar de uma vez por todas com as perguntas inconvenientes desses jornalistas urubus. “Vocês não estão em um bazar, vocês estão na Fifa, na frente de um comitê de pessoas de respeito!”. Ele tem razão. São “negócios” muito diferentes. A turma que vive da lojinha rala muito e não merece a ofensa da comparação. Talvez algum bazar venda cartola de papelão, mas não papelão de cartola.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Os ataques de técnicos atacados

Duas grandes discussões filosóficas e táticas dominam o futebol brasileiro no momento. Tal time deve jogar com dois ou três zagueiros? E aquele outro, entra com dois ou três atacantes? Há quem diga que os números não mentem jamais! Mas eles mentem, sim, principalmente no ataque.
Como a grande preocupação de hoje é a defesa, é fácil visualizar quando um time tem dois ou três chutadores pro mato em campo. Lá estão eles, cheios de disposição e fazendo rodízio de faltas pra diminuir a chance de cartão amarelo.
No ataque, tem time que entra com três, mas logo está com dois e às vezes acaba ficando somente com um lá na frente. Técnicos e jogadores costumam alegar que a equipe do atacante solitário sempre tem gente chegando de trás para ajudar.
A discussão esconde a ruindade que impera em campo. Quase não ouvimos mais falar que fulano é “grosso”. As expressões mais comuns para definir esse tipo de jogador são: “voluntarioso”, “esforçado”, “útil para o time”. A ruindade, em alguns casos, está virando sinônimo de eficiência. Alguns técnicos não gostam desse debate e ficam cheios de ataques... De nervos!

sábado, 28 de maio de 2011

Confronto mágico à vista

Um possível confronto entre duas estrelas do futebol mundial já pode ser projetado em uma ou talvez duas partidas neste ano. De um lado, Messi, o atual melhor do mundo. Do outro, Neymar, candidato a futuro melhor do mundo. Os santistas vão dizer que ele já é, mas ainda falta ao genial moleque a carreira internacional.
A primeira chance de encontro entre os dois poderá ocorrer na Copa América, que começa em 1º de julho, na Argentina. A segunda possibilidade seria o Mundial de Clubes, que volta a ser disputado no Japão neste ano.
Por enquanto, a vantagem é do argentino. O Barcelona, que acaba de conquistar a Champions League, já está garantido. E na Copa América, o time da casa também tem tudo para estar na final.
Para Neymar, ainda falta o título da Libertadores. E também uma atuação convincente da Seleção de Mano Menezes diante de rivais mais tradicionais.
Tudo caminha para que os dois craques se encontrem duas vezes neste ano. A não ser que aconteça alguma zebra. Japonesa, por exemplo.  O Japão estará no Mundial de Clubes por ser o país-sede. E, sim, também estará na Copa América. A geografia do futebol inventa dribles mais desconcertantes do que os de Messi e Neymar.

Bem-vindos ao Sabidão FC

Neste ano em que completo 25 anos de jornalismo, resolvi me dar a chance de um reinício para fazer o que gosto, sem deixar de fazer o que aprendi a gostar.
Explicando melhor, nunca tive dúvidas da profissão que iria escolher. Já havia tomado a decisão quando tinha de 11 para 12 anos. Numa gravação em fita K-7, “entrevistado” por meu pai, respondi com voz de taquara rachada que seria jornalista esportivo e que trabalharia no rádio, que ele mesmo havia me ensinado a ouvir e amar.
Dois anos depois, um teste vocacional feito na 8ª série confirmou que eu dificilmente saberia fazer outra coisa na vida. Pelo resultado, as áreas mais indicadas, pela ordem, foram: Comunicação, Ciências Sociais e Persuasão. Entendi o primeiro item, fiquei em dúvida quanto ao segundo e fiz cara de paisagem ao ouvir o terceiro pela primeira vez em 14 anos de existência.
Minha avaliadora explicou que, além do jornalismo, eu poderia me dedicar às áreas de sociologia e história. Depois, perdi a vergonha e perguntei o que era a tal palavra esquisita. Para não correr riscos, também quis saber como se pronunciava aquilo. Soube, então, que era a capacidade de convencer as pessoas. Continuei boiando até ela me apontar algumas profissões, como advogado, diplomata, político, professor, publicitário... Mas fiquei feliz mesmo quando minha interlocutora disse que jornalista também se encaixava nessa característica.
Entrei na Faculdade de Jornalismo com quase 18 anos e comecei a trabalhar na área aos 22. A primeira oportunidade, logo de cara, foi de fazer rádio e jornal no Diário de Mogi. Nada de editoria de esportes, mas topei. Passei pelo Diário de Suzano e voltei ao Diário de Mogi. Nada de esportes também. Fui para a Excelsior, que depois virou CBN. E nada de esportes. Depois para a Bandeirantes. Esportes? Nada.
Fui redator, repórter, editor, apresentador, chefe. E nada de esportes. Mas não tenho do que reclamar porque sempre gostei de tudo que fiz, mesmo não sendo nada de esportes. Não posso me considerar frustrado, muito pelo contrário. Cheguei a participar no apoio a algumas coberturas de finais de campeonatos na CBN, na Rádio Globo e na Bandeirantes.
Nos programas que apresentei ao longo desses 25 anos, sempre falei de esportes em meio aos outros temas. Minha assumida condição de palmeirense nunca atrapalhou a interação com ouvintes de todas as torcidas. Respeito e bom humor sempre fizeram parte dessa relação, dos dois lados.   
Mas agora, sem abandonar o caminho para o qual a carreira me levou e que aprendi a gostar, resolvi fazer um pouquinho do que sempre gostei. Vou falar de futebol e outros esportes neste espaço sem a pretensão de ser uma autoridade no assunto.
Não tenho adjetivos para definir o que vou fazer. Não prometo ser “diferente”. Não sei se isso no futuro vai me levar para um novo caminho profissional. Só quero comentar, informar, brincar e, principalmente, interagir. A avaliação desse trabalho, com ou sem rótulos, cabe a quem estiver aí, “do outro lado”.
E uma última explicação: o nome “Sabidão FC” é uma ironia comigo mesmo e com a crítica frequentemente ouvida de que comentaristas esportivos têm explicação para tudo só depois do que acontece. Quem já me acompanha vai entender que é uma espécie de autocrítica bem-humorada, mas sem perder a seriedade. Entendo que só existem duas formas de fazer rádio. Uma delas é respeitando a inteligência do ouvinte. A outra? Não preciso dizer. Vou manter esse objetivo aqui. Então, vamos nos falar neste espaço também.